A olivicultura no Brasil, já cansamos de dizer, ainda é tratada como um hobby. A falta de conhecimento é a tonica do Setor. Nós da ARGOS tentamos fazer com que o conhecimento técnico prevaleça para poder avançarmos. Organizamos cursos,eventos, jornadas no exterior e aqui. Levamos gente para abrir certos horizontes de conhecimentos sobre o tema, mas , infelizmente, o retorno é pouco . De uma certa forma fomos nós ao longo do tempo que abrimos esse mercado de conhecimento mostrando o caminho para os que se dispusessem a aprender. O retorno dos que já foram fazer esses cursos é em muitos casos pouco. As pessoas tratam de agregar somente aos seus curriculuns o que veem fora do Brasil e tentam ganhar dinheiro com isso, muitas vezes mal informando quem quer entrar e fazendo confusões generalizadas nas cabeças dos consumidores, o que na prática não serve para muita coisa pelas mais diversas razões. Omitem ou esquecem do que lhes foi proporcionado e quem lhes proporcionou e passam a tratar o tema , esquecendo da história, como se eles tivessem feito tudo por sua conta e que as coisas começaram a partir de sua data de nascimento no Segmento, e um evidente egoismo e falta de ética, que não agrega nada a olivicultura. Isso é o primeiro passo para a desestruturação que vai acontecer ao longo do tempo. A história tem que ser contada de forma como ela aconteceu . É certo que não teremos um Setor desenvolvido com a vontade que queremos,(porque a oliveira não é autoctona daqui, precisamos sempre nos lembrar disso). Precisamos levar em conta essa situação e que ainda marcharemos a passos lentos para tentar solidificar a mesma aqui entre nós. Bobagens são ditas a toda hora, inclusive por pessoas que saem para fazer cursos fora do Brasil. Voltam e pensam que já estão donas do conhecimento e se põe a dar conselhos sobre um tema tão complexo como a olivicultura. Temos condições de desenvolver minimamente a cultura , mas precisamos estar conscientes que os passos tem que serem bem dados. O certo é que não teremos nada com substancia enquanto essa série de coisas acontecerem por aqui. Temos, nós da ARGOS, reiteradas vezes usado nossos esforços para desenvolver e agregar conhecimento mas sempre se esbarra nos interesses de alguns, que querem ganhar com a ignorância de todos, e que impõe regras e medo aos que se atrevem a entrar no setor e não seguirem seus conselhos técnicos. Esse ano já previamos em outubro/19 que não teriamos colheita nehuma ou quase nenhuma por várias razões, inclusive climaticas. Aliás esse ciclo de pouca produção pode não se resumir só a esse ano. Tratar com olivicultura é tratar com longas jornadas de pouca produção. Se alguém pensa que vai ganhar dinheiro fácil (a não ser os picaretas) está muito enganado. A olivicultura tem esse viés de incerteza . Planejamento se faz com ciclos longos .O que evidentemente deveremos observar. Temos problemas diversos enfermidades ou doenças como a Xyllela que já está entre nós( aqui um parenteses essa doença destroi a oliveira).
Nossa olivicultura é muito pobre e está baseada em duas ou três variedades . Precisamos é trabalhar melhor essas questões. Precisamos fazer um segmento ( que sempre será pequeno) enxuto. Um bom exemplo do que falamos sobre a falta de conhecimento é que em novembro/19 trouxemos um grande pesquisador especialista em oliveiras da Universidade de Córdoba-Espanha, para falar sobre especies, multiplicação de plantas e novas variedades junto a nossa Conveniada UNIJUI e a participação de olivicultores e técnicos foi mínima. Isso por si só já dá uma ideia de quanto pessoas estão ssendo manipuladas por interesses outros que não o de quem verdadeiramente investe suas economias.
Isso demonstra desconhecimento técnico e falta de capacidade de aproveitar o que a ARGOS oferece , inocentemente para preservar o interesse de alguns que manipulam o Setor que por essa série de coisas pode ir ladeira abaixo . Só que o prejuizo é de quem investe baseado nessas orientações de pseudo técnicos que se retiram após dar soluções miraculosas e acabam pondo a culpa no investidor que não seguiu suas orientações. Isso é muito fácil pois , na melhor das hipóteses, a oliveira começa a produzir após o 4º ano. Recentemente em um jornal do Estado saiu uma reportagem que é um primor de falta de conhecimento.( já falamos isso ha mais de 07 anos) e muitos torcem o nariz e se ofendem quando deveria ser o contrário. Um técnico dizendo que a cultura é nova e tem potencial aqui e ao mesmo tempo diz que precisamos pesquisar para desenvolver, em uma evidente contradição e demonstração de que não sabe o que esta falando. Vamos continuar insistindo e tentando ajudar aqueles que querem , inclusive, aos técnicos que se dispõe a falar sobre o tema, oferecendo a todos cursos e oportunidades fora e aqui no Brasil. Não discriminamos nada e ninguém. Juntar Universidades que não estão afeitas ao tema só servirá para engordar mais a falta de conhecimento , gastos inúteis e adornar o curriculum de alguns professores. O resultado não virá nem a longo prazo.A Argos é técnica e didática. Só tem que ser respeitada como é fora do Brasil. Tentamos oferecer o melhor quadro e pessoas bem preparadas para isso. Não aproveitar o que se oferece não é muito inteligente.
A Diretoria.