Todos os concursos para escolher os melhores azeites sejam eles nacionais ou internacionais tem um fim mercadológico.? Claro que sim . Eles são um instrumento de marketing comercial para agregar valor a determinados azeites. Ñão é segredo para ninguém. Isso, no entanto, não significa que os azeites premiados estejam entre os melhores azeites produzidos em escala eminentemente comercial ( as amostras são estanques e representam um momento apenas na vida util de um azeite e muitas vezes estes , em um curto espaço de tempo, não se tornam tão melhores assim) dentro de determinadas estruturas de elaboração. Muitas vezes esse instrumento mercadológico serve apenas para abrigar as vendas de outros azeites das próprias estruturas produtoras pois é um atrativo para os produtos dessas empresas. Tem algum pecado nisso? Claro que não. O que os consumidores tem que levar em conta é se aquele azeite que está comprando é de fato um AOVE . Se tem uma origem confiável. Se tem data de elaboração. Se conhece o produtor ou ainda se aquele azeite apesar de ser um AOVE é um azeite equilibrado que não vá a interferir de forma desagradável ao alimento que está sendo feito. Amargor e picor são indícios de qualidade más não são todas as qualidades que estampadas nesses dois predicados. . No mundo hoje tem concursos para todos os gostos e para todos os prêmios. Infelizmente esse tipo de promoção e marketing está se tornando banal e corre o risco , com o tempo, de não se tornar referência para absolutamente nada em termos de qualidade, para se tornar um instrumento de enganação dos consumidores. Não há critério, na maioria deles, confiáveis para indicar os melhores azeites até mesmo em termos mercadológicos. As pessoas que compõe o quadro de juízes ou provadores, em grande parte desses concursos, sequer conhecem qualidades de azeites As amostras não são fiscalizadas e recolhidas por estruturas confiáveis e grande parte deles ou a sua maioria apenas serve como instrumento para que os organizadores desses certames ganhem dinheiro dos produtores e esses por via de consequência ,muitas vezes inocentes , acabam por fazer desse instrumento um forma de enganação aos consumidores finais.Há , portanto, de se olhar com muita parcimônia e muito cuidado as frases: “o melhor azeite do mundo” ; “estamos produzindo um dos melhores azeites do planeta” ; “aqui estamos produzindo azeites classificado como um dos melhores do mundo” e coisas do gênero. O marketing do produto é interessante para alguns segmentos que consomem galardões e não produtos de qualidade . Serve para rechear uma boa conversa sobre comidas e mostrar de forma ufanista algum conhecimento sobre o tema mas o bom azeite tirando esses complementos é ter em nossa mesa um AOVE independente desses acréscimos comerciais que servem para criar uma aura comercial e muitas vezes fazer os organizadores desses certames ganharem dinheiro . Os concursos para terem um grande acréscimo mesmo comercial deveriam ter em seus quadros de juizes ou provadores apenas ou na maioria esmagadora profissionais experts em azeite de oliva com curso especializado em universidade com reconhecimento do COI e aqui cito a Universidade de Jaén-Espanha que é a grande formadora de profissionais da área e não outros profissionais que muitas vezes nada entendem do tema.. Nenhum concurso é proibido mas temos que levar em conta os limites desse tipo de acréscimo para não fazer projeções ufanistas e muitas vezes irreais no mundo prático da qualidade dos azeites.