Primeiro em introdução queremos dizer que a olivicultura tem suas nuances e sua forma de ser conduzida. Não há produção em linha reta ou em crescimento com projeções malucas e de toda ordem visando atrair investimento e investidores. O cidadão que quer investir no segmento tem que ter a consciência que vai passar por percalços ao longo do caminho e estar preparado para isso. A forma como é vendida a questão do plantio é muito irresponsável e tratada por amadores . O perfil de quem investe e não cansamos de dizer é como uma segunda ou terceira opção. Não se pode tratar investimento ou atrai-los sem que o investidor saiba o que está fazendo. Estamos cansados de ouvir os “pseudo especialistas” falarem sobre a cultura e tentarem induzir pessoas e governos a entrar em uma aventura. O discurso é fácil e irresponsável pois não há nenhuma forma de se abrir espaço para alertar ou ao menos difundir as dificuldades de um segmento que sempre será apenas um pequeno adendo as culturas tradicionais no Estado e no país e servirá de marketing internacional para paises que tradicionalmente produzem azeites . Políticos e dirigentes de entidades ligadas a esse tipo de gente que dominam secretarias de estado e governos tem o discurso fácil sobre o segmento aliados a uma imprensa totalmente ignorante que manda estagiários para fazer reportagens para encher espaço de jornais e de televisão , induzindo pessoas ao erro e dizendo meias verdades aos consumidores que entram nessa conversa fiada. Ninguém tem responsabilidade nenhuma sobre os resultados . Eles estão tão senhores de si que não tem a menor vergonha de fazerem bobagens tipo “colheita simbólica de olivos” e divulgam isso. Ficamos nos perguntando se em uma coisa pequena como esse setor a imprensa replica bobagens como será que ela conduz as outras informações sobre culturas que de fato movimentam a economia do Estado e do país. Isso soa como piada em qualquer lugar do mundo que produz. Um pequeno parenteses: “Olivas”? que olivas ?. Colheita da azeitona . Olivos em espanhol é a arvore. Falamos português no Brasil. A cultura se tornou uma espécie de veiculo para levar a imprensa conivente informações irreais que replica., Uma cultura de “vaidades ” e não um segmento responsável. Chegaram ao absurdo de informarem que produzimos os melhores azeites do mundo uma tonteria que cola e circula pelos meios de comunicação. Chegaram ao ponto de levarem até o governador do RGS a embarcar nessa. Isso que o mandatário é uma pessoa esclarecida . Grande bobagem. O que poderemos produzir de tanta qualidade em oposição aos plantadores tradicionais que tem mais de 2000 anos de experiencia com o cultivo e nos mal chegamos a 20 anos aos trancos e barrancos. Hoje na mão dessa gente a olivicultura é uma grande enganação. O que prolifera é a má informação e as figuras que querem aparecer como empreendedores e conhecedores do tema. Isso apenas um adendo e curiosidade. Enquanto esse tipo de bobagens e esse tipo de informação estiver na pauta comercial replicada por matérias pagas ou não a cultura e seus resultados práticos como uma pequena alternativa para complementação está ameaçada. A indução aos pequenos a plantar é o grande problema pois as frustrações serão grandes. Enquanto os endinheirados estiverem dando as cartas e dando vasão as suas ignorâncias sobre o tema mas restritos as suas limitações tudo bem. O que não pode são os meios de comunicação induzirem as pessoas a entenderem que estamos produzindo algo que não estamos e que as qualidades dos azeites aqui produzidos são azeites de alta grife bobagens como “o melhor do mundo” ou os melhores do mundo o que é absolutamente falso. Não vale trazer prêmios de concursos onde se premiam 50% dos azeites apresentados a tais certames . Concursos são apenas instrumentos de marketing não significa e nem dá o atestado de qualidade aos azeites produzidos. São analises estanques de uma amostra somente isso. Tempos que dar um basta a esse tipo de má informação e enganação dos consumidores. Porque não há espaço nesses meios a informação técnica de verdade? Porque as estruturas estatais estão na mão desse tipo de gente? A resposta que nos vem a mente : Dinheiro . Feita esses esclarecimentos vamos a questão produção: Esse ano não produziremos nada significativo com a cultura no RGS devido a múltiplos fatores entre os quais a questão climática mas tem outros . Pelo andar da carruagem ano que vem(2025) seguiremos no mesmo tranco. A oliveira produz em ciclos e quem quer de fato trabalhar a questão econômica terá que levar em consideração isso. Principalmente em nosso território. Caso contrário tende a ter prejuízos. Essa gente tem que parar de fazer discursos fáceis e ir aprender um pouco sobre a cultura. A gente vê e ouve , inclusive, políticos falando asneiras aqui no RGS. Temos um clima complicado para a cultura e teremos que levar em consideração sempre isso. Está na hora dos “vendedores de vaidades e os especialistas ” irem aprender com o pessoal da Serra da Mantiqueira que tem consciência da limitação da cultura e trabalham em função dessa limitação sem arroubos e sem mentiras. Guajará J. Oliveira- Introdutor da Olivicultura no RGS- Pres.da ARGOs – Especialista em Olivicultura e Elaiotecnia pelo -IFAPA_ Espanha- Expert em Azeite de Oliva pela Uja- e Aluno do doutorado em azeite de Oliva também pela Uja- Espanha