A importação de azeite de oliva efetuada pelo Brasil vem em um crescendo importante. Isso comprova a importância e os cuidados que devemos ter com relação ao que está no mercado para consumo dos brasileiros.
Na campanha 2010 importamos cerca de 55 mil toneladas de azeite e na atual campanha 2011 houve um crescimento significativo nas importações aumentamos a importação em cerca de 10 mil ton, chegando ao patamar de cerca de 65 mil toneladas, em um crescimento de cerca de 20%.
Esse crescimento está sendo constante nos últimos 05 anos. O que comprova a tese por nós levantada e expressada através de artigos e trabalhos efetuados, de que em um curto espaço de tempo,e o marco de tempo é 2015, estaremos importando, no mínimo, cerca de 100 mil toneladas ano desse produto, se o crescimento se mantiver aos patamares atuais, isso demonstra cabalmente todo o potencial que a cultura tem em nosso país já que o mercado é francamente comprador e que importamos tudo no que concerne esse produto.
Com esse crescimento importante na data marco , certamente, estaremos sendo, no mínimo, o terceiro maior importador de azeite do mundo, já que em números percentuais , conforme os estudos que fizemos, hoje, somos o mais importante importador de azeites e ficamos entre os 05 maiores importadores de azeitonas do mundo.
Não basta, no entanto, ocuparmos o posto de um dos grandes importadores do mundo, no que tange a azeites, se não primamos pela qualidade do que importamos.
Ao darmos uma olhada nos números apresentados pelo Conselho Oleícola Internacional,fonte da qual foram tirados esses números e acreditamos estarem certos, verificamos que o que está sendo vendido em nosso país são azeites de média e baixa qualidade, isso significa dizer que os brasileiros não estão sendo abastecidos com azeites de qualidade. Vamos a eles, os números:
Campanha 2011 :
Importamos 65.038 mil toneladas de azeites
Desses: 46.910 de azeite de oliva virgem
14.752 de azeite de oliva
3.376 de azeite de orujo(bagaço) de oliva
Os maiores fornecedores de azeite foram nessa ordem:
Portugal com 54,8%
Espanha com 26,4%
Argentina com 10,6%
Outros com 8,2%
Conforme pode se verificar pela estatística apresentada, não há sequer um litro de azeite extra virgem importado( que é o melhor , o mais integro e o mais importante azeite para consumo e saúde humana). Poderia se aventar a possibilidade desse tipo de azeite estar nos 8,2%,o que sinceramente não acreditamos e mesmo que estivessem seria uma quantidade insignificante. Isso não é o que se observa nos rótulos dos mais diversos tipos de azeites que estão nos pontos de venda de nossos supermercados e/ou casas especializadas. Todos eles trazem em suas etiquetas “azeite de oliva extra-virgem”. Qual a leitura que se tira de tudo isso. í”O brasileiro, por desconhecimento do produto, está comprando gato por lebre” e pagando caro , muito caro e mais pensando que está utilizando um alimento benéfico para sua saúde quando ele, por ser azeite de segunda linha, é praticamente inócuo em termos de benefícios e até , em muitos casos, pode ser prejudicial a saúde por ser uma graxa comum. Isso significa dizer que não temos nenhum controle de qualidade desse produto ou eles são fracos ou frouxos e que tem muita gente ganhando muito dinheiro com isso.
Existe uma normativa do MAPA, que entrará em vigor em agosto/12, tentando regulamentar o comércio de azeites mas ela é muito frágil e confusa, não está de acordo com as normas internacionais e mais a única coisa que faz, na prática, é regulamentar o comércio de mesclas, criando mais confusão em um mercado tão confuso. É de uma profunda necessidade retificá-la e/ou revogá-la antes que entre em vigor para não criar mais problemas além dos que já existem no confuso mercado de azeites no Brasil.
Também é necessário se fazer campanhas de esclarecimento ao grande público ensinando a ele o que é azeite de qualidade e como identificá-lo.
Nesse sentido existe um trabalho publicitário de esclarecimento que o Conselho Oleícola Internacional fará em nosso país em 2012/13, para promover os azeites de qualidade,seu consumo e os benefícios para saúde.
fonte: dados estatísticos COI publicados no site da Besana da Espanha
Texto: Guajará J. Oliveira-Pres. da ARGOS