O Ministério de Negócios Estrangeiros Paulo Portas, através de um acordo um tanto quanto turbulento e parcial, aproveitando sua estada na “Rio + 20”, conseguiu retirar os obstáculos que estavam sendo criados pela IN 01/12 do MAPA que estabelecia, embora de forma frágil, alguma barreira para importação de azeites de qualidade duvidosa por nosso país.
Mesmo com toda a fragilidade da Normativa brasileira e seu controle quase que superficial da importação de azeites , Portugal conseguiu fazer com que nem esse controle seja aplicado a suas vendas de azeites ao nosso país. A alegação é sempre a mesma prejuízos as vendas de azeites portugueses.
Somos o comprador mais importante de azeites daquele país. Importamos 56% da produção de lá em negócios que estão beirando aos 110 milhões de euros atualmente.
No vácuo dessa excessão certamente os outros dois paises que mais vendem para o Brasil (Espanha e Argentina) certamente, e com muita razão, solicitarão o mesmo tratamento e com a mais absoluta razão.
Assim a fraca tentativa de controle estabelecida pela IN 01/12 parece que será mais uma daquelas legislações fadadas a fazerem parte das normas que não serão cumpridas.
Quem perde com isso tudo é o consumidor que cada vez mais será enganado e continuará como sempre “comprando gato por lebre”
Está na hora do Brasil e dos consumidores brasileiros tomarem maior conhecimento sobre azeites e exigirem qualidade porque o que se comercializa por aqui, cada vez mais, são azeites de baixa qualidade e, mais , muito, mas muito caro pelo seu conteúdo.
Paises como a China, por exemplo, não toleram mais a venda de azeites de segunda linha e estão devolvendo aos fornecedores produtos que não estão dentro da qualidade “extra-virgem”.
Quem sabe aproveitamos a oportunidade para rever essa “Normativa” aperfeiçoando-a, com regras que primem pela aceitação de produtos de alta qualidade em nosso mercado, a altura do nosso consumo e do alto preço que pagamos por eles.
O Brasil é um dos cinco maiores mercados de azeite do mundo com tendência de crescimento forte nos próximos anos, se compararmos com o que cresceu o comércio desse produto nos últimos cinco anos, com percentuais que beiram aos 20%.
Precisamos olhar mais e melhor para esse importante segmento que também começa a se desenvolver em nosso país e que tem uma perspectiva de futuro como opção econômica para matriz agrícola brasileira.
texto: Guajará J. Oliveira – Pres. da ARGOS